sexta-feira, 13 de maio de 2011

LITERATURA LATINA (LXXIV): PERÍODO PÓS-CLÁSSICO - A FILOSOFIA EM ROMA [4ª PARTE]

A FILOSOFIA EM ROMA

SÊNECA


A morte de Sêneca
APRECIAÇÃO E ESTILO

Tácito disse muito bem de Sêneca: "Fuit illi viro ingenium amoenum et temporis eius auribus accommodatum" (Annales, XIII, 3). 

Possui Sêneca talento agradável e fácil, porém muitas vezes sacrificando-o ao mau gosto da época. Seus escritos em prosa, a maioria das vezes, desenvolvem lugares comuns da moral estóica, filosofia que seguia e se fazia arauto. Seu estilo revela que fora influenciado pelos declamadores. Procura o autor, e isto é manifesto, ser agudo e engenhoso, e de fato, consegue mais de uma vez. Seu fraseado é menos periódico que na época dos grandes clássicos; é cortado, esmiuçado, e cheio de agudezas, ou seja, de sentenças.

As tragédias são frias imitações de modelos gregos e antes exercícios de literato que obras teatrais. Nelas predominam declamações morais, mas o estilo é brilhante e, por vezes, o lirismo é gracioso.

CARÁTER

Sêneca era uma alma nobre, porém fraca. Daí a contradição notada, muitas vezes, entre sua conduta e o estoicismo que seguia e pregava. Elogiou a pobreza em um de seus escritos, mas adquiriu enorme fortuna. Segundo teoria sua, nada seria capaz de tirar a felicidade ao sábio e, contudo, o exílio foi mais forte que ele: para obter volta, desceu a lisonjas indignas. Sob Nero, curvou-se ainda mais. Entretanto, teve belos rasgos de coragem em alguns momentos.
Paulo Barbosa

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