sexta-feira, 26 de junho de 2009

A ESSÊNCIA DO BELO

Quando podemos dizer que uma coisa é bela? A inteligência humana responde que uma coisa é bela quando agrada a quem vê: "Pulchra sunt, quae visa placent", são belas as coisas que agradam a visão. Daqui vemos que são necessárias duas coisas para a beleza: a visão e o agrado, sendo a visão indispensável para uma coisa despertar o agrado, a complacência.
Ao se dizer, porém, que belo é aquilo que agrada a visão, descreve-se o efeito que a beleza produz no sujeito que a contempla, mas não se determina os elementos objetivos que constituem a essência mesma da beleza e que são os princípios de semelhante efeito.
Quais são estes elementos que compõem a beleza? Para que haja beleza tres elementos são indispensáveis: a integridade, a proporção e a claridade.
Integridade, porque uma coisa a que falte alguma propriedade ou perfeição que lhe é devida, é naturalmente disforme.
Proporção, porque não pode ser bela uma coisa se não possuir a conveniente disposição de cada uma das partes em relação a si mesma e ao todo.
Claridade, porque uma coisa para agradar, deve ser vista, e não pode ser vista se não é dotada de luz que a torne visível, e de fato, uma coisa se denomina bela, quando é revestida de uma côr nítida.
A partir do que vimos, podemos então definir a beleza de maneira mais objetiva, dizendo que:
Beleza é a conveniente unidade na variedade, que agrada a quem contempla.
Nesta definição consiste o duplo elemento da beleza, a saber, o elemento objetivo e o elemento subjetivo. O elemento objetivo, que constitui propriamente a essência da beleza, é a conveniente unidade na variedade, é a devida multiplicidade reduzida à devida unidade, enquanto o elemento subjetivo, que denota o efeito da beleza, é o agrado, a complacência, que ela desperta em quem a vê.
Paulo Barbosa.

Nenhum comentário: