quarta-feira, 1 de julho de 2009

A ARTE DA DANÇA


A dança é a combinação da música com os gestos mediante formas variadas, existindo desde os primórdios da Humanidade. Os vestígios mais antigos desta arte são registros pré-históricos encontrados na Gruta de Pech Merle, na região de Midi-Pyrénées, em Cabrerets, França. A orquéstica madaleniana, figuras parietais representando movimentos rituais, não naturais, revestidas de peles e cabeças de animais, data de 1200 a.C.

As funções da dança são variadas, tendo tido as mais primitivas funções rituais, por meio das quais pedia-se proteção às divindades para a caça, a colheita, para a chuva, guerra, etc., passando pelas danças de corte, destinadas a atrair o sexo oposto, onde se imitava a dança de acasalamento dos pássaros.

Na Antiguidade Greco-Romana, possuía a dança caráter sacro, fazendo parte do ritual religioso. Havia várias espécies de danças:
Danças dionisíacas, cantadas ao redor do altar de Dionísio, o deus do vinho e da devassidão;
Danças pírricas, de caráter guerreiro, executadas em Esparta como verdadeiro treinamento físico;
Danças nupciais, com muita liberdade de expressão, sem passos determinados;
Danças de banquete, imorais, eróticas, onde havia apelo sensual e devassidão.
Na Idade Média, o caráter sagrado e ritualístico da dança é perdido, tornando-se essencialmente elemento de recreação. A peste negra surgida no século XIV,com os seus milhões de mortos, deu ensejo ao surgimento de um tipo de dança denominada totentanz ou dança macabra ou dança da morte, realizadas nos cemitérios. Aliás, o nome macabro vem do nome dos cemitérios em que se realizavam tais danças: "makhbar", nome árabe que se traduz por cemitério.
No Renascimento desenvolve-se a dança da corte, com metros, passos definidos, temática mitológica, com personagens mascarados e nítida preocupação estética. As modalidades destacadas a partir dos séculos XVI e XVII são:
A chacona, dança executada num ritmo a três por quatro e que servia de final aos bailados. Autores deste gênero musical foram João Felipe Rameau (1683-1764), ilustre compositor francês e Cristóvão Gluck (1714-1787), afamado compositor alemão.
A sarabanda, dança nobre, originária da Espanha, escrita em três tempos, em ritmo e andamento largo. Chegando à corte francesa, no século XVII, torna-se lenta e processional. Autor afamado deste gênero foi Arcangelo Corelli (1756), compositor italiano.
O minueto, dança elegante e simples, de movimentos graves e cortêses, a três tempos, executada por duas pessoas. É uma das mais antigas e mais belas danças francêsa, e seu nome provém dos passos curtos - menus - e apertados de que é composta. Escreveram óperas que contêm jóias de minuetos João Batista Lulli (1633-1687); André Campra (1660-1744); Felipe Rameau e Cristóvão Gluck.
Na Modernidade surge a concepção de que os movimentos corporais na dança têm por fim ser o retrato dos sentimentos da alma. Dançar passa ser sinônimo de expressão da vida interior. Tais concepções têm suas raízes em François Delsarte (1811-1871), francês, considerado o precursor da dança moderna; Isadora Duncan (1877-1927), bailarina norte-americana, avessa às tradições; Ruth Saint-Denis (1878-1968) comediante norte-americana, influenciada pelo orientalismo, fundadora da escola donde saíram os grandes nomes da modern-dance e Ted Shawn (1891-1972), dançarino norte-americano, que levou novas formas de danças para o palco.
Rut Saint-Denis e Ted Shawm, casados, organizaram a Denishawnsholl, escola especializada em aproveitar ritmos orientais - egípcios, hindús e gregos - onde as ondulações dos braços e as posições do tronco constituem a parte central da dança, com paradas que marquem o sentido religioso de reflexão.
Enfim, outras características que foram surgindo na dança da modernidade é a sua inserção na teoria dos gestos - sociais, rituais, emocionais, sensuais - contribuindo desta forma para devolver aos gestos seu significado primitivo; o uso de temática relacionada com a sociedade contemporânea, retratando seus problemas, num estilo teatral e com forte presença masculina; e por último, a adoção da técnica denominada "fall-recovery", queda e reerguimento, onde o dançarino sai de uma situação de equilíbrio e retorna a ela.
Paulo Barbosa.




Um comentário:

manu disse...

valeu paulo