quinta-feira, 16 de julho de 2009

O AGNOSTICISMO E SUA EVOLUÇÃO ATÉ NOSSOS DIAS

O agnosticismo é a doutrina que nega a possibilidade de demonstração filosófica, racional, da existência de Deus, afirmando que a inteligência humana não possui capacidade, potência suficiente para apreendê-lo pelas vias naturais.
Segundo essa doutrina a razão humana só pode possuir conhecimento seguro das realidades que caem sob a experiência humana, dos fatos concretos e mensuráveis. O que ultrapassa a experiência não é necessáriamente negado, mas, pelo menos, não pode ser conhecido com certeza pela razão humana. Daí a rejeição de toda metafísica.
O agnosticismo tem todo um percurso histórico, tendo suas raízes primitivas já no nominalismo de Guilherme de Ockham, frade franciscano inglês do século XIV, que afirmava ser Deus conhecido somente mediante a fé, pois a razão é impotente para tal.
No século XVIII, David Hume, pseudo-filósofo escocês, na esteira de Ockham, afirmava que nada do que esteja fora da experiência sensível pode ser conhecido, e que, portanto, Deus é incognoscível. É o estabelecimento do empirismo, como consequência natural do nominalismo.
A seguir, no século XIX, um outro pseudo-filósofo, pai intelectual de muitos pseudo-eruditos até mesmo de nossos tempos, Emanuel Kant, alemão, forjador do idealismo, professava ser Deus um mero postulado da Razão Prática, da razão que tem por fim guiar o homem nos seus atos morais, o que significa Deus existir apenas com certeza subjetiva, para fundamentar a ordem moral que requer punição aos maus e prêmio aos bons. A Razão Pura, a que especula, raciocina, pensa, não pode alcançar a Deus, pois conhece apenas o que é experimental, perceptível à sensibilidade.
No mesmo século XIX, continuando a progressão do agnosticismo que infesta nossa sociedade moderna, um filósofo francês, opositor do iluminismo, Louis-Gabriel-Ambroise, Visconde De Bonald, sustentava que todo conhecimento de Deus provém de uma revelação primitiva e que esta é transmitida pela tradição. Este sistema é chamado de tradicionalismo e foi condenado pelo Concílio Vaticano I.
O modernismo, conjunto de doutrinas dum certo número de teólogos dos fins do século XIX e princípios do século XX, tendo como um dos principais mentores Alfred Loisy, teólogo francês, professa ser o único caminho para conhecer a Deus a imanência vital, ou seja, um sentimento religioso que brota dentro do homem e que busca, exige o divino. A religião, desta maneira, torna-se natural, exigência da natureza humana e não revelada por Deus, externa ao homem. Foi o modernismo objeto de condenações de Pio IX, no Syllabus (1864), e sobretudo por São Pio X, no decreto Lamentabili (1907) e na encíclica Pascendi (1907). Infelizmente este conjunto pernicioso de erros conseguiu penetrar na Igreja, nas cátedras eclesiásticas, nos seminários, nos púlpitos, depois de sua consagração e imposição pelo nefasto Concílio Vaticano II, obra de homens demolidores da Igreja Católica.
Ainda no fatídico século XIX, século cientificista, encontramos Augusto Comte, embusteiro francês, pai do positivismo, doutrina agnóstica que apregoa somente podermos conhecer os fenômenos que são passíveis de serem medidos, mensurados matematicamente, que são os fatos positivos, e que as causas últimas e absolutas das coisas estão fora do alcance intelectual do homem.
Finalizando, no século XX, encontramos o neopositivismo, tendo a frente Wittgenstein, vienense, que ensinava carecer de sentido na linguagem qualquer proposição metafísica, como por exemplo a existência de Deus, pois tais proposições não são passíveis de verificação empírica.
O erro fundamental do agnosticismo é postular a ciência experimental como única via de conhecimento, ignorando ou negando o poder de abstração de que é dotada a inteligência humana e pelo qual ela forma idéias necessárias e universais. O remédio, pois, para esse mal que sufoca a inteligência até matá-la muitas vezes é a sã filosofia realista, seus princípios perenes e imutáveis, os primeiros princípios do ser e do pensar, imbutidos no homem desde tenra idade para, mais tarde, ter armas suficientes para expugnar os entorpecentes intelectuais que são oferecidos pela sociedade moderna sob capa de científicos.
Paulo Barbosa.

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