quinta-feira, 19 de novembro de 2009

KIERKEGAARD: O PAI DO EXISTENCIALISMO CRISTÃO

Soren Kierkegaard (1813-1855) pensador e teólogo protestante dinamarquês, teve muito sucesso na Alemanha, após o fim da Primeira Guerra Mundial, estendendo tal sucesso à toda Europa ocidental, simultâneamente com o Existencialismo, do qual é considerado um dos mentores e pais espirituais. É considerado o pai do Existencialismo dito Cristão porque para ele somente a religião, mais precisamente o cristianismo, e não a filosofia especulativa, ou um sistema qualquer racional, pode resolver o problema do indivíduo, problema de sua existência concreta, não importando a este a verdade objetiva, racional, mas a verdade subjetiva, da , princípio de vida. A teoria ou o sistema para nada vale diante dos problemas existenciais, concretos, pois não impulsiona ao homem a aperfeiçoar-se na sua existência, mas somente a ser um erudito, um colecionador de conceitos improdutivos. O cristianismo, por sua vez, faz o indivíduo prevalecer, ter precedência, pois o que existe é o indivíduo, o homem, e não a abstração denominada humanidade. A realidade autêntica é então o ser humano singular que deve chegar à plenitude da existência mediante o conhecimento de Deus.
Este homem singular é livre e aberto às mais variadas possibilidades, e dessa abertura lhe sobrevem a angústia existencial pela possibilidade que tem de escolher e nas escolhas, de pecar. Devido a isso surge o desespero de se reconhecer pecador e ao mesmo tempo de não aceitar tal condição.
Para este pensador, após a Revelação Divina não é mais possível existir filosofia que prescinda da fé, ou seja, a razão deve submeter-se à fé; o homem deve conhecer-se mais que ao próprio mundo, o que leva-o a desprezar as ciências experimentais, a dizer não às teorias e escolher a ação, a praxis, pois o exisitir humano seria só o eu com sua liberdade e decisões intransferíveis, servindo-lhe muito pouco as leis e conceitos.
Paulo Barbosa

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