quarta-feira, 10 de novembro de 2010

"O ESTILO É O HOMEM" - AS VÁRIAS ESPÉCIES DE ESTILO

Num discurso, como também num escrito, o orador e o escritor possuem o seu estilo, a sua maneira singular, particular, com que exprime seu pensamento. A origem da palavra estilo é controversa, uns alegando ser do latim, outros do grego, mas em geral é dada como proveniente do instrumento de aço - estilete - em forma de agulha, com que se escrevia sobre tábuas untadas de cera.
O estilo é mutifacetado, possui várias espécies, e cada um orador ou escritor se enquadra num específico. Pode ser considerado em relação à quantidade, ou seja, ao maior ou menor número de palavras com que são enunciados os pensamentos, e quanto à qualidade, isto é, à natureza das palavras e à sua disposição na oração.
No que diz respeito à quantidade divide-se o estilo em Ático, Asiático, Ródio e Lacônico:
a) ÁTICO: é aquele estilo que guarda a justa proporção entre as palavras e os pensamentos, de maneira que nada sobra nem falta na elocução, na expressão do pensamento;
b) ASIÁTICO: é o empolado, verboso, pleno de palavrório rebuscado e vão;
c) RÓDIO: é o estilo copioso, volumoso, mas sem ser redundante e supérfluo, como é o asiático;
d) LACÔNICO: é curto, enigmático, escuro;
O melhor destes estilos é o ático, seguido pelo ródio.
Quanto à qualidade, divide-se em Tênue, Sublime e Temperado:
a) TÊNUE: é também denominado sutil ou simples, e se caracteriza por enunciar as ideias com vocábulos próprios, claros, significativos, sem, no entanto, serem acompanhados de ornamentos esquisitos. Sua finalidade é a instrução, e por isso, deve ser esta a qualidade do estilo do mestre, do professor;
b) SUBLIME: é denominado também de robusto, e se caracteriza por servir-se de toda sorte de palavras e expressões fortes, animadas e próprias para dar força e robustez aos pensamentos. Sua finalidade é comover, e é apropriado para os sacerdotes em seus sermões;
c) TEMPERADO: chamado também de medíocre ou mediano, está ente o tênue e o sublime, ou seja, não é fraco como o primeiro, nem tão forte como o segundo, conservando-se, no entanto, numa certa ordem de amenidade e beleza, nem violento, nem seco, e tem por fim o deleite.
Que cada um descubra o seu e faça bom uso.
Paulo Barbosa.

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