CONHECE-TE A TI MESMO

Delfos - Grécia

Esta é uma das máximas gregas mais conhecidas tanto na Antiguidade quanto nas idades subsequentes. Seus autores, segundo antiga tradição, foram os Sete Sábios, apesar de ter sido atribuída em outras fontes ora a um ora a outro dos Sete. Foi afixada no templo de Delfos, lugar dedicado ao deus Apolo onde os gregos antigos iam consultar as sacerdotisas chamadas pitonisas e formular pedidos ao deus.

Qual tenha sido o significado original da máxima é difícil saber. Muitos a tem como de valor filosófico-psicológico e outros epistemológico, mas estudiosos como J Partsch professa que originalmente tenha tido significado litúrgico, religioso, querendo expressar "perceba com clareza o que queres pedir à divindade" (Griechisches Burgschaftsrecht, I, Leipzig 1909, 109). 

Claro que há muitas outras possibilidades interpretativas, podendo equivaler a um convite ao conhecimento interior, das potencialidades inerentes, das características pessoais, e mesmo das limitações ínsitas na natureza humana, como também um estímulo à reflexão interior, à introspecção da alma.

Em sentido cristão foi esta máxima interpretada por vários homens da Igreja, como Minúncio Félix e Tertuliano, no sentido de uma exortação à descoberta das limitações humanas e, ao mesmo tempo, a dependência deste limitado ao Ilimitado, Deus.

Enfim, na Idade Média apareceu uma variante da máxima grega, em latim: Cura, quidquid agis, te bene nosse magis, Seja lá o que fizeres, cuida de te conheceres melhor".
Paulo Barbosa.