quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

ODE: COMPOSIÇÃO LÍRICA QUE EXALTA OS SENTIMENTOS HUMANOS

ODE é uma forma componente do gênero lírico - aquele que descreve sentimentos humanos cantados por poetas tocando a lira - que canta altas qualidades de homens ilustres, o amor e outros sentimentos. Possui várias espécies, podendo ser:

1. Pindárica - de Píndaro (518-438 a.C.), poeta grego, autor de 'Odes Triunfais" - aquela que canta os herois;
2. Anacreôntica - de Anacreonte (563-478 a.C.), poeta grego, tirano de Samos, cantor das musas - aquela que canta o amor, a beleza, a vida feliz;
3. Sáfica - de Safo (século VI a.C.), poetisa grega, considerada a décima musa, autora de poesias de conteúdo erótico - aquela que versa sobre assuntos lúbricos, eróticos;
4. Sagrada, aquela que trata de assuntos religiosos;
5. Filosófica ou Moral, aquela que trata de assuntos filosóficos ou morais.

A ode, enfim, divide-se em estrofes de maior ou menor número de versos, conforme o desejo do escritor.
Vejamos uma Ode de Horácio, poeta lírico e satírico romano, dedicada à fonte de Bandúsia, fonte que ficava entre montanhas na região sabina, próxima à residência do autor, em cuja honra quis oferecer um sacrifício para celebrar a chegada da primavera:

Fonte de Bandúsia

 
Ó fonte de Bandúsia, mais brilhante que o cristal,
Digna de um doce vinho e de flores, em sacrifício,
Amanhã serás presenteada com um cabrito,
Cuja fronte possui hastes.
Já túrgida, as contendas amorosas lhe promete:
Mas em vão manchará as tuas gélidas águas de rubro sangue
De lasciva e grande vergonha.

A estação inclemente da Canícula abrasada
Tocar-te não consegue. E és tu que a dúlcida frescura
Vais sempre dando aos pobres bois,
Do arado exaustos, e ao rebanho errante.
E hás-de ainda tornar-te uma das fontes mais famosas,
Fazendo eu versos à azinheira que se eleva
Sobre a gruta donde saltam
As tuas claras águas a murmurar.
Paulo Barbosa.

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