sábado, 16 de abril de 2011

LITERATURA LATINA (LII): ÉPOCA PÓS-CLÁSSICA - A FÁBULA [1ª PARTE]

 A FÁBULA


FEDRO

FEDRO (30/15 a.C.-44/50 d.C.) fabulista em Roma, nascido na Macedônia, Grécia. Viveu sob Augusto, Tibério e Cláudio. Recebeu a liberdade do primeiro imperador. Foi julgado e condenado por Sejano, amigo de Tibério, por ter feito algumas alusões a ele em uma obra sua. Foi também atacado tanto por inimigos literários quanto políticos, mas nem assim Fedro perdeu a confiança de ser conhecido na posteridade. Na verdade, tornou-se clássico nos tempos modernos, após ter permanecido séculos no esquecimento.

No Renascimento, mais precisamente em 1596, Pedro Pithou, advogado francês calvinista, encontrou um manuscrito com a obra do fabulista, mas que em seguida perdeu-se. Mais tarde foi novamente descoberto e sua autenticidade foi largamente discutida, concluindo-se, porém, pela sua originalidade.

OBRA


A raposa e as uvas 

Fedro compôs cinco livros de Fábulas, abrangendo 90 delas em versos senários jâmbicos, como por exemplo, a raposa e as uvaso lobo e o cordeiro, a raposa e a cegonha, o cão e o lobo

A maioria dos assuntos foram retirados de Esopo, fabulista grego dos VI-V séculos antes de Cristo. Fedro aditou mais algumas fábulas, originárias de outras fontes ou mesmo inventadas por ele para criticar os contemporâneos, como "O homem e o burro", onde alude aos favoritos dos príncipes; "Os jumentos e os ladrões", onde ensina que as maiores fortunas não estão isentas de perigo.

MÉRITO

Examinada em si mesma, a obra fedriana possui grande elegância de estilo, é cheia de clareza, de simplicidade, facilidade, espírito e finura. Apesar, porém, de todos estes predicados, é inferior a La Fontaine, seu imitador francês, mas é Fedro bom escritor, e conforme alguns, pela pureza do gosto, é um clássico.

AUTENTICIDADE DE ALGUMAS FÁBULAS

Entre 350-500, uma coletânea em prosa latina de fábulas provenientes da parte perdida de Fedro e de outras fontes, foi compilada. É o que se chama AESOPUS LATINUS ou ROMULUS, por esta coleção de mais ou menos trinta fábulas vir precedida de uma carta introdutória assinada com esse nome. Deste corpus procede numerosas coletâneas medievais, sobressaindo uma em dísticos elegíacos.
Paulo Barbosa.

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