terça-feira, 19 de abril de 2011

LITERATURA LATINA (LIV): ÉPOCA PÓS-CLÁSSICA - A SÁTIRA [1ª PARTE]

A SÁTIRA

AULO PÉRSIO FLACO


PÉRSIO (34-62 d.C.), nascido em Volaterra, na Etrúria, pertencente à família equestre, ficou órfão de pai aos seis anos. A mãe Fúlvia Sisena foi quem o educou, e com doze anos seguiu para Roma, com a finalidade de terminar os estudos. Teve como mestres Palémon, o rétor Vergínio Flavo e Cornuto, um filósofo estóico. Este último exerceu grande influência em Pérsio, que se tornou discípulo e ardente apóstolo do estoicismo. Um anônimo biógrafo assim o pintou: fuit morum lenissimorum, verecundiae virginalis, formae pulchrae.

OBRAS

Pérsio compôs seis sátiras:

1. ASPECTOS RIDÍCULOS DOS HOMENS DE LETRAS, que é uma crítica dos partidários dos antigos poetas.

2. A PRECE, sátira contra os que pedem aos deuses bens caducos, passageiros.

3. A PREGUIÇA, diálogo entre um rapaz e seu preceptor.

4. CONTRA A PRESUNÇÃO DOS GRANDES, onde ataca o orgulho e a moleza destes.

5. A VERDADEIRA LIBERDADE, onde mostra que os homens são escravos das paixões.

6. OS AVAROS.

QUALIDADES E DEFEITOS - O ESTILO

As ideias são frequentes vezes elevadas, os versos são enérgicos, de uma eloquência nervosa. O estilo, entretanto, fica prejudicado por ser excessivamente trabalhado e obscuro, sendo tenso, forçado, ao mesmo tempo que pesado, sem encanto, infinitamente afastado da finura e leveza de um Horácio. Nele, sente-se demais a imitação. Verdade é que o poeta faleceu muito jovem, de maneira que a originalidade ainda não tivera tempo de se desenvolver.
Paulo Barbosa.

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