segunda-feira, 6 de junho de 2011

O NECESSÁRIO RETORNO AO FILOSOFAR

Após divagar por muitas e muitas estradas, após refletir, estudar, pensar, aplicar-se a muitos saberes, é necessário retornar ao ponto central donde o homem extrai não conhecimentos particularizados sobre este o aquele pedaço do Universo, sobre esta ou aquela obra, por mais bela e sublime que seja, mas sobre si mesmo, sobre o mundo enquanto tal e sobre Deus, Criador e Fonte de tudo. Este ponto central é  o que se denomina FILOSOFIA. Quer queiramos ou não, consciente ou inconscientemente, desta Senhora, como a chamava Boécio, nunca escaparemos, pois somente neste recinto sagrado de Sabedoria Racional encontra a Humanidade respostas para as questões mais profundas e vitais, questões extremamente humanas que quando não resolvidas lançam o homem na mais profunda dissociação interior, infernizando-lhe seus dias sobre a Terra.

Nada mais apaixona o ser humano do que a solução de problemas como "o que é o homem?", "donde veio?", 'é uma máquina ou possui uma personalidade espiritual?", "morre totalmente ou alguma parte sua permanece?". E mais, "é eterno o mundo?", "é o universo fruto do acaso ou de uma inteligência?", "e a lei do dever é uma ilusão ou realidade?", "é o dever criação dos homens ou expressão da vontade divina?".

Nenhum outro problema apaixona mais o homem que estes, conforme dito acima. E não é mesmo razoável e lícito ao homem lançar-se aos demais misteres sem antes resolver estes que promanam do fundo de sua alma, alma sempre curiosa e aberta ao saber, alma que é capax infiniti. Ser ou não ser, eis o problema de máxima gravidade sobre o qual o intelecto humano deseja e almeja debruçar-se, e antes mesmo prefere o homem abster-se de química, física, biologia, geometria e similares do que debater, aprofundar e resolver essas questões de suma imperiosidade e necessidade até mesmo para o seu equilíbrio psico-físico. "A maior miséria do homem, disse Etienne Lamy, não é a pobreza, nem a doença, nem a morte; é a infelicidade de ignorar porque nasce, sofre e passa" (L'Apostolat).
Paulo Barbosa.

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