O GÊNIO foi definido por Buffon, segundo Littré, como sendo "nada mais do que uma grande paciência". Nesta sintética definição anuncia-se o quanto de trabalho, de labor, de persistência e de segurança custa ao gênio na sua criação, nada podendo ser, em sua obra, fruto da improvisação, do repentino.
Valery parafraseou Buffon ao exclamar: Gênio, oh longa impaciência, acrescido aqui, todavia, da presença de uma ânsia que se quer libertar, pois a impaciência nada mais é que a liberação prometida.
D'Holbach, em sua obra Systeme de nature, explicita que o gênio é a "facilidade para apreender o conjunto e as relações nos objetos, vastos, úteis e difíceis de conhecer".
Wolff, por sua vez, em sua Psycologia empirica, considera que se trata apenas da "facilidade de observar a semelhança das coisas".
Kant, em Jugement, diz ser o gênio "uma inteligência que opera como a natureza", criando suas próprias regras, não de maneira consciente, mas instintiva.
Shopenhauer, enfim, em Monde, entende que as obras do gênio são aquelas que diretamente procedem da intuição e que se dirigem para ela, ou seja, são as obras das artes plásticas e as da poesia. O gênio é "aquele que contempla um mundo diferente dos demais homens".
Paulo Barbosa.
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