segunda-feira, 17 de outubro de 2011

JEAN-JACQUES ROUSSEAU



Em seg, 17/10/11, Mone Jardim <mone...@hotmail.com> escreveu:


De: Mone Jardim
Assunto: Rosseau
Para: paulotomista@yahoo.com.br
Data: Segunda-feira, 17 de Outubro de 2011, 17:10


Boa tarde, Paulo, além de pedagoga, pós graduada em educação especial, estou cursando a faculdade de direito, e gostaria de saber a sua opinião sobre qual a importância de Rosseau na nossa política atual ou na política em geral. Você pode me ajudar?
Grata.
Simone.



Cara Simone,

Boa Noite.

Rousseau é o denominado o 'pai dos tempos modernos', sobretudo, o ' pai da educação moderna', tendo influenciado desde Basedow e seus discípulos, passando por Pestalozi, Herbart, Froebel, Tolstoi, Helena Key, Gurlitt e tantos outros.

Era adepto de uma corrente pedagógica denominada Naturalismo, que dentre tantos princípios, professa uma concepção demasiado otimista da natureza humana, ou seja, que o homem é, por natureza, um ser bom, produzindo, então, como consequência, uma pedagogia ou educação negativa, contrária aos castigos e punições para com os errantes, e claro, a destruição da autoridade.

Com base nesta bondade natural do homem, denominada o mito 'do bom selvagem', sustenta Rousseau, em política, que a sociedade é corruptora do homem, ou seja, que as artes, as letras, a ciência, adulteram o homem, transformando-o em ser arrogante, soberbo, confiado em extremo em seu saber.

Os homens que se corromperam pela sociedade, porém, podem ser redimidos, salvos, e esta redenção está na renaturalização do homem, ou seja, na recuperação de seu mundo interior, na busca do profundo e na fuga das aparências, no contato maior com a natureza, com a mãe terra, no retorno ao tribalismo, no contato vital com as energias cósmicas. Ora, onde encontramos esta agenda em nossos dias, na política atual? Nos defensores do ecologismo extremo e nos ideários de vários partidos políticos, todos alinhados ao dogmatismo rousseaniano do mito do 'bom selvagem'.

Outra influência do genebrino na política atual, mundial e doméstica, é a teoria de que a desigualdade social é fruto do direito de propriedade, já que os bens naturais deviam ser comuns a todos, num comunismo igualitário imperante. Esta teoria encontra-se no "Discurso sobre a Desigualdade". Encontramos exatamente esta ideia como mola mestra dos partidos políticos atuais, sobretudo os de esquerda.

A socialização radical, outra doutrina política de Rousseau inserida no seu "Contrato Social",  é a passagem do estado natural, onde os instintos imperam, para o estado social, onde  a razão predomina, mediante o pacto de todos os homens entre si, renunciando aos seus interesses privados em favor do bem comum, bem este que provém da vontade geral.

Ora, tanto a socialização quanto a vontade geral, ou seja, o desejo da maioria ao aprovar ou eleger, são bem patentes no cenário político internacional e nacional. Isso não é mera coincidência. É Rousseau na veia.

Disponha sempre.

Paulo Barbosa.

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