sexta-feira, 23 de abril de 2010

DE VITA IN GENERE - QUE É A VIDA?

Que é a vida? Muitas respostas foram dadas, por diversos cientistas, biólogos e filósofos de todos os tempos e lugares, porém, respostas imparciais e não satisfatórias, pois a vida não é definível estritamente, mas apenas descrita, ou se quisermos, definível em senso lato.
Uns a definem pelas suas operações, como Dastre, no seu livro La vie et la mort: "La vie est l'ensemble des phénomèmenes communs à tous les êtres vivants";
Outros, como Bichat, a definem pela sua oposição à morte: "La vie est l'ensemble des fonctions qui résistent à la mort" (Recherches physiologiques sur la vie et la mort. Paris, 1800);
Kant a descreve: "Ens organicum est in quo omnia sint reciproce finis et medium, in quo nempe omnes partes in gratiam totius et totum in gratiam partium exsistat".
A filosofia clássica, realista, desde Platão, Aristóteles, com Santo Tomás de Aquino, define a vida colocando-a no movimento imanente, ou seja, no movimento que o sujeito possui de si mesmo, a partir de si mesmo, no movimento que vem do próprio movente, de maneira que seja o mesmo o movente e o movido. Viver, pois, é automovimentar-se.
A origem desta definição da vida encontra-se em Platão, no Fedro, onde está consignado que todo corpo ao qual convém ser movimentado a partir de fora, ou seja, por impulso que lhe sobrevenha do exterior, é inanimado, e que todo corpo ao qual o movimento vem de dentro, é animado, é vivo. "Omne corpus cui convenit ab extrinseco moveri, est inanimatum; cui autem ab intrinseco, ipsi a seipso, hoc est animatum" (Phaedr. 245 d.).
Paulo Barbosa.

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