domingo, 11 de julho de 2010

EMPIRISMO: O CONHECIMENTO É SOMENTE MEDIANTE OS SENTIDOS?


O EMPIRISMO é a corrente filosófica inglêsa, surgido no século XVIII, que reduz todo o conhecimento ao conhecimento sensível, ou seja, a experiência seria o limite, a fonte, a causa de todo conhecimento e a ideia não passaria de mera sensação.
Vários foram os ideólogos representantes desta escola, dentre os quais podemos destacar:
1. John Locke (1632-1704) - que reduz o conhecimento intelectual ao conhecimento sensível, comum aos animais (sensualismo). Acerta, porém, quando ensina ser a mente humana como uma folha de papel em branco, uma tábula rasa, na qual as ideias derivadas das sensações vão sendo registradas, mas erra quando reduz tais ideias a meras generalizações das percepções análogas, donde seriam extraídas as semelhanças e afastadas as diferenças.
2. George Berkeley (1685-1753) - que nega a existência do mundo material, ensinando existir somente as ideias (idealismo), mas que seriam meras sensações produzidas por Deus nas mentes humanas. Desta maneira, as coisas existiram apenas quando e enquanto estivessem sendo conhecidas pelo sujeito, daí o seu mote "esse est percipi" - "ser é ser percebido", ou seja, o ente existe enquanto esteja sendo objeto de uma sensação, de uma percepção direta de um sujeito cognoscente.
3. David Hume (1711-1776) - que leva o empirismo às últimas consequências negando até o princípio da causalidade. As ideias seriam impressões captadas pelos sentidos, havendo entre elas apenas relação mental e não real, e daí que um objeto não interfere em outro provocando um efeito ou fenômeno, mas o que ocorre são associações de fenômenos em sequência (fenomenismo), na mente humana, como se fosse um 'causa' do outro. A teoria humeana sendo admitida inviabiliza qualquer ciência, pois 'vere scire per causas scire' 'o verdadeiro conhecimento é o conhecimento pelas causas', causas explicativas dos fenômenos. A ciência para Hume não passaria, pois, de uma coleção desordenada de impressões, ou seja, de recordações deixadas pelas diferentes sensações.

REFUTA-SE o empirismo provando que é impotente, radicalmente impotente, somente a experiência sensível na aquisição do conhecimento, pois neste deve-se aliar experiência e razão, como ensinado já pelo grande Estagirita e por toda filosofia realista e objetiva.
Paulo Barbosa.

Nenhum comentário: