sábado, 10 de julho de 2010

QUE É CIVILIZAÇÃO? QUAL É A SUA ESSÊNCIA?

CIVILIZAÇÃO é palavra composta de 'civis', cidadão, membro livre de uma cidade, e do sufixo 'actio', designador de operação, ação. É, portanto, a ação que a cidade, ou o conjunto dos homens livres, e portanto capazes intelectualmente, deve ter de fazer florescer, de maneira mais completa possível, a ordem humana e de fazer os homens conhecer e obedecer esta ordem, que é a lei natural, reflexo da Lei Divina Eterna, pelos meios que lhe são próprios. Essa é a essência da Civilização: ser ação para um fim, para um objetivo, que é a perfeição do homem, a sua elevação do estado de natureza decaída ao estado humano, especificamente humano, com a vontade aderida ao Bem e a inteligência ao Verdadeiro.
Neste sentido a Civilização não é uma ordem estabelecida, não é um certo estado que já ocorreu em dado tempo ou época, ou que deveria ser estabelecido em tal ou qual dia, mas sim é uma ação programática que perpassa todos o tempos, épocas e espaços, todos os povos e nações, e que tem um fim objetivo e nobre, o de aperfeiçoar o homem, o de o fazer submisso à ordem divina, tanto natural quanto sobrenatural.
Desta Civilização - com C maiúsculo - nasce as diversas civilizações ou culturas, com suas manifestações peculiares, seus hábitos, costumes, modos de vida, mas nenhuma delas é a Civilização, sendo apenas dela realizações mais ou menos perfeitas. Quanto mais uma civilização ou cultura se aproxima dos ideais da Civilização, mais perfeita é, mais adequada ao homem é, e seus frutos são os melhores, o tipo humano daí surgido é o melhor, o mais perfeito, o mais virtuoso, o mais intelectual, como se pode atestar na Idade Média estudando-a seriamente e com denodo; e, pelo contrário, quanto mais uma cultura diverge ou se afasta dos princípios civilizatórios, mais degradante é o tipo humano daí surgido, mais disforme os efeitos daí brotados, mais antolhadas e sufucadas as inteligências, mais bestializados e libidinosos os homens, como podemos constatar em nossa época contemporânea num processo que se arrasta desde o século XVI com Martinho Lutero.
Um equívoco que se deve evitar é o de identificar a Civilização somente com a denominada 'civilização ocidental', pois, como vimos, o objetivo da Civilização, que é una, é o estabelecimento da Ordem Humana, e esta, por ser natural, é também universal, servindo, pois, ou adapatando-se, tanto no Oriente quanto no Ocidente. Se assim não fosse, teríamos que negar o fundo comum da natureza humana.
Finalizando, temos o paradigma que nos serve para julgar tanto as civilizações ou culturas como o homem em particular: a Civilização, o conjunto de verdades e normas que aperfeiçoam a natureza humana, que a tira do estado de corrupção moral e intelectual. Obedecê-las é aperfeiçoar-se, é adquirir dignidade, merecimento, é conferir a si mesmo valor ao aderir ao Valor, é ser civilizado. Rejeitá-las é degradar-se, é tornar-se indigno, ou seja, sem nenhum mérito, consideração ou estima, pois voluntariamente animaliza-se, igualitariza-se aos brutos, tornando-se então despiciendo pelos homens verdadeiramente humanizados.
Confiramos as culturas atuais e os homens com este Paradigma e tiremos daí as conclusões.
Paulo Barbosa.

Um comentário:

Paulo Tamburro disse...

OLÁ PAULO,

BELÍSSIMA E CULTA POSTAGEM!

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