segunda-feira, 29 de novembro de 2010

AS QUATRO CAUSAS DE ERRO EM FRANCIS BACON

Francis Bacon
FRANCIS BACON (1561-1626), filósofo inglês, barão de Verulan, visconde de Sain Alban, também considerado o pai da ciência moderna, estabeleceu e classificou as causas do erro, ou seja, aquilo que leva um ser humano ao erro, ao desajuste ou à não conformidade entre a inteligência e a realidade, e as  denominou de ídolos - idola - por que, segundo ele, tais causas são como que fantasmas que iludem a inteligência humana e roubam as homenagens que são devidas somente à verdade, da mesma maneira que os ídolos pagãos enganavam e roubavam as homenagens de adoração do homem devidas somente para Deus.
Estes idola  são de quatro espécies, e todo homem deve evitá-los:
1. Idola tribus (tribus = classe de pessoas, tribo), são os "fantasmas da tribo", os preconceitos inerentes à espécie, comuns a quase todos os homens, originados da fraqueza natural da inteligência humana, da imperfeição dos sentidos, das ilusões da imaginação, ou seja, são representações imaginárias fundadas sobre a natureza e constituição do ser humano, como por exemplo, esforçar-se para encerrar a realidade nos quadros racionais, rejeitando tudo o que ultrapassa ao domínio do intelecto humano, como querem os racionalistas, os positivistas e os ateístas.
2. Idola specus (specus = caverna, em latim, em alusão aos homens da caverna de Platão), são "fantasmas da caverna", os preconceitos pessoais, derivados do temperamento intelectual e moral de cada indivíduo, de sua presunção e precipitação, as paixões individuais, como por exemplo o apego medroso ao passado ou a fobia do que o futuro possa trazer de inesperado.
3. Idola fori (forum = praça pública, mercado), são "fantasmas da praça pública", os preconceitos populares, que gozam de muita voga, de muita aceitação entre as multidões, que são aliciantes, que conseguem seduzir, inserindo-se na linguagem comum, ou seja, são erros de vícios de linguagem, em torno das palavras, fazendo com que o homem comum acredite naquilo que não existe, como, por exemplo, os antigos acreditavam nas esferas celestes e em metáforas enganosas de todos os tipos.
4. Idola theatri (theatrum = lugar para jogos públicos, teatro), são os preconceitos de escola, provenientes de falsos sistemas filosóficos que recitam aos homens medianos, triviais, as suas doutrinas como se fosse uma peça de teatro, como por exemplo o marxismo, o espiritismo, o reencarnacionismo, o ecologismo gnóstico, só para citar os idola  que mais embasbacam feéricamente os obnubilados hodiernos.
Paulo Barbosa

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