terça-feira, 30 de novembro de 2010

DUALISMO: SISTEMA DA COEXISTÊNCIA DO BEM E DO MAL

DUALISMO é um sistema doutrinário que admite a coexistência de dois princípios absolutos, sendo um princípio de perfeição e o outro princípio de imperfeição, ambos eternos e necessários, e concorrendo cada um por sua parte na formação do mundo.
A História apresenta duas modalidades, duas espécies de dualismo, um no qual os dois princípios absolutos são a matéria e o espírito, e o outro no qual os princípios são o bem e o mal.
O primeiro tipo ocorreu entre os antigos filósofos gregos, com Anaxágoras, Platão e Aristóteles, que admitiam a matéria incriada e caótica e um espírito ordenador. Para estes, o mundo atual é fruto da fusão desta matéria com este espírito. Platão, no Timeu, ensina que "Deus, ao ver que todas as coisas visíveis não estavam em repouso, mas que se agitavam em movimento desordenado, tomou-as do seio da desordem e submeteu-as à ordem, pensando que isso seria preferível".
O segundo tipo de dualismo é o de Zoroastro (século VI a. C.), lendário astrólogo iraniano também chamado Zaratustra, que teria renovado o maniqueísmo, sistema de dois princípios coeternos opostos e diretamente contrários entre si, sendo um o bem, fonte de tudo que é bom, e o outro o mal, fonte de todos os males existentes.
Com o tempo, porém, o maniqueísmo foi fundindo-se com o dualismo dos antigos gregos, e os maniqueus passaram então a identificar o bem com o espírito e o mal com a matéria: Tudo o que é espírito  procede do princípio bom e tende para o bem, e tudo o que é matéria procede do princípio mau e tende para o mal.

REFUTA-SE o dualismo demonstrando a tese contrária à aduzida por ele, a de que "é impossível admitir que o perfeito produz obra imperfeita". Ora, devemos dizer que é muito mais impossível admitir que o ser perfeito possa produzir obra perfeita, infinita, pois o perfeito absoluto, infinito ou é uno ou não existe. Um ser perfeito, ao criar, só pode fazê-lo produzindo criaturas com lacunas, com defeitos, imperfeitas, pois do contrário criaria um alter ego, um outro idêntico a si, o que é absurdo.
Paulo Barbosa.

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