sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O TEMPO: MEDIDA DA PERSISTÊNCIA NO SER

O TEMPO é um dos três graus da duração e foi definido por Aristóteles como a medida do movimento segundo um antes e um depois - numerus motus secundum prius et posterius -, ou por outra, é a permanência ou duração do ente corpóreo no ser, ente este que possui em si inerente a mutabilidade, e por causa disso, pode-se-lhe predicar um passado, um presente e um futuro. Sua divisão tem por base movimentos concretos, como o dia - movimento de rotação da terra -, e o ano - movimento de translação da terra em volta do sol.
Somente o tempo presente possui existência real, pois o passado não mais existe, e o futuro ainda não ocorreu, e por ser divisível indefinidamente em partes, não possui 'átomo de tempo' - crónon -, ou seja, medidas mínimas, como alguns afirmam. Aquilo que se denomina instante é, na realidade, ausência de duração, é limite do tempo, é o limite ou a marca que separa o passado do futuro, sem nenhuma sucessão.
Os outros dois graus da duração são a eternidade e o evo. A Eternidade é definida como 'a posse completa e simultânea do próprio ser", que em sentido estrito aplica-se somente a Deus, e o Evo pode ser definido como a eternidade participada, ou seja, um tipo de eternidade intermédia entre a eternidade estrito senso e o tempo, e que seria própria dos seres espirituais criados, nomeados de anjos na tradição cristã.
Paulo Barbosa.

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