domingo, 5 de dezembro de 2010

ALBIGENSES: SECTÁRIOS FANÁTICOS QUE SUBVERTIAM A ORDEM SOCIAL

Cruzada contra os Cátaros
A História registra ter existido na Europa um bando de fanáticos, remanescentes dos gnósticos, chamados Albigenses. Esta seita infestou todo o sul da França e o norte da Itália, e defendiam o princípio do dualismo maniqueu, propagando que o mundo não tem um criador apenas, mas dois foram seus artífices ou demiurgos, um que era bom e formou os espíritos, as almas humanas, e outro que era mau e modelou os corpos. Por esse motivo, o corpo deve ser atormentado, a sensibilidade deve ser extinta, o casamento, fonte de mais corpos, deve ser banido, as grávidas assassinadas, e a morte deve ser desejada como único meio de purificação da matéria, aquela que redime destruindo. O suicídio é um benefício, e até mesmo um dever dos homens puros - cátaros, outro nome dos albigenses, que quer dizer puro.
Por causa desta doutrina delirante, estes sectários atormentaram cidades como Tolosa, Béziers, Montauban, Carcassona, na França, abrindo suas veias no banho e deixando-se morrer suavemente, como faziam os romanos da decadência; submetendo-se à Endura, regime de fome, que os matavam por inanição; bebendo venenos célebres e desertando da vida; matando mulheres grávidas para não multiplicar a matéria que é má.
São Bernardo, o famoso abade de Claraval, pregador das Cruzadas e maior místico da Idade Média, foi enviado para convertê-los, mas estes dualistas resistiram à voz deste homem que abalava a Europa com suas disputas públicas com sábios do quilate de Abelardo.
Moneta de Cremona, em 1240, publica o seu "Adversus Catharos et Valdenses", que de nada valeu igualmente para removê-los de suas infâmias e crimes públicos.
Por fim, tão grande se tornou o perigo, que o Papa Inocêncio III julgou seu dever colocar-se moralmente à frente de uma expedição que deveria conter os avanços destes adversários da fé e da ordem pública, ordenando então uma Cruzada, defesa armada contra os vilipendiadores dos valores cristãos e conturbadores da ordem social então vigente, que, para o homem medieval, se impunha como um dever de consciência. O Papa, conforme muitos divulgam com finalidade de caluniar, não ordenou a carnificina, e se esta ocorreu foi devida a elementos estranhos que se introduziram no exército dos cruzados.
Outra lenda que espalham acerca desta repressão aos albigenses, é quando os cruzados chegaram em Béziers em 1209 e tendo encontrado a resistir-lhes não somente albigenses, mas também católicos, e não sabendo distinguí-los, Arnaldo Amalric, abade de Cister e legado do Papa, ao ser perguntado como procederiam, teria respondido: Matai todos, pois Deus saberá reconhecer os seus - Caedite eos, novit enim Dominus qui sunt eius! Augusto Molinier, historiador do Languedoc, no entando, considera apócrifa esta frase do abade, declarando "On doit declarer absolument apocryphe ce mot barbare".
Concluindo, devemos dizer que a Cruzada contra os albigenses, sua repressão taxativa, foi uma das causas, e talvez a maior, da preservação da Europa até nossos dias. Viva a Cruzada!
Paulo Barbosa.

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