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| O Sábio Rei Salomão |
O Sábio é o que é imune à soberba e à vaidade, indiferente à glória e à obscuridade...
O Sábio é livre, mas também é rei, porque reinar é uma forma de domínio isenta de prestação de contas, que pode subsistir somente nas mãos do sábio...
O Sábio é inofensivo, pois não faz mal nem a si mesmo, nem aos outros...
O Sábio não é complacente nem perdoa quem quer que esteja no erro, nem deixa de aplicar as penalidades impostas pela lei, nem as considera muito severas...
O Sábio não se admira do que parece extraordinário e imprevisto...
O Sábio não vive na solidão, pois nasceu para a vida comunitária e ativa...
O Sábio não descuida dos exercícios destinados a dar vigor e resistência ao corpo...
O Sábio é bem sucedido em todas as suas ações...
O Sábio é senhor de tudo, pois a lei natural lhe conferiu um poder absoluto sobre todas as coisas...
O Sábio despreza a vida se tiver motivos razoáveis, como por exemplo, a salvação da pátria ou dos amigos...
O Sábio venera a divindade, pois está a par de tudo o que se relaciona com Deus, e a piedade é o reconhecimento do culto devido a Deus...
O Sábio oferece sacrifícios a Deus e se mantém puro, evitando todos os atos ofensivos a Deus...
Por fim, o Sábio reza e pede graças convenientes a Deus para si, para os seus, e para todos...
Este é o retrato do homem sábio, segundo os estóicos; são os predicados adequados ao homem de cultura, ao homem impregnado de civilização, mas escassos em nossos dias devido à aversão contumaz que se tem ao pensamento, ao raciocínio, ao que é tipicamente humano, o uso da faculdade racional. O mundo da tecnocracia não abriga o cultivo da sabedoria, daquele conjunto de bens imaterias que aperfeiçoam a humanidade singular de cada um de nós. Que lástima!
Paulo Barbosa.
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