segunda-feira, 4 de abril de 2011

LITERATURA LATINA (XLI): ÉPOCA DE AUGUSTO - POESIA ELEGÍACA [1ª PARTE]

A ELEGIA ROMANA


Elegia é a composição poética formada por dísticos elegíacos. Surgiu na Grécia antiga, com Calino de Éfeso, no século VII a.C., Tirteu e Mimnermo. Cantava em seus inícios variados temas, como, por exemplo, a guerra, incitando desta maneira os guerreiros. Mais tarde, todavia, com Calímaco, no século III a.C., começou a possuir tom mais lírico e triste.  Em Roma foi gênero mitológico e erótico, e pode-se dizer que tornou-se mais pessoal e preciso que na Grécia. O poeta elegíaco canta seus amores e sentimentos próprios. Os maiores poetas romanos cultivadores do gênero foram:

CAIO GNEU CORNÉLIO GALO

CORNÉLIO GALO (69-26 a.C.), nascido no Forum Iulii, Fréjus. Foi o primeiro prefeito romano do Egito. Sua amizade com Virgílio é notória, tanto que este lhe dedicou a décima écloga. Quando perdeu o favor de Augusto, suicidou-se em 26. Citou Ovídio como o primeiro dos elegíacos latinos. De seus poemas nada se possui mais.

ALBIO TIBULO

TIBULO (54-19 a.C.) nascido provavelmente em Roma, era cavaleiro e possuía uma casa de campo em Pedum, cidade do Lácio entre Tíbure e Preneste. Foi despojado de suas propriedades por ocasião das guerras civis que abateram Roma, mas em breve tornou-se a enriquecer. Horácio declarou acerca dele que "Di tibi divitias dederunt artemque fruendi" (Epístolas,I,4,7). 


OBRAS

Chegaram até nossos dias quatro livros de elegias com o nome de Tibulo. Os dois primeiros são autênticos, certamente; a autoria do terceiro é atribuída pelos críticos do assunto a um outro poeta, Lígdamo, nobre romano do círculo de Messala, e o quarto livro contém peças diversas e discutidas, cuja maior parte talvez seja de Sulpícia, sobrinha de Valério Messala. Nos versos, Tibulo canta principalmente uma mulher, a quem denominava Délia.

Suas obras foram muito lidas durante a Idade Média e influenciaram fortemente os poetas Renascentistas.

INSPIRAÇÃO

É o amor que enche os versos de Tibulo de maneira particular, e foi devido a isso que Ovídio lhe prometeu a imortalidade ao proclamar "donec erunt ignes arcusque, Cupidinis arma, discentur numeri, culte Tibulle, tui" (Am., I,15,27). 

Exprimiu também o poeta em seus versos o horror à vida turbulenta, agitada, o desejo da tranquilidade, o prazer que lhe trazia o sossego do campo e a tristeza que lhe causava a lembrança da morte.

SEXTO PROPÉRCIO

PROPÉRCIO (50-15 a.C.), nasceu em Assis, na Úmbria, e sua vida apresenta certos pontos de semelhança com a de Tibulo. Como este, foi espoliado na ocasião das guerras civis de 41.

Morreu jovem, ao cair doente, e pediu que sobre seu túmulo colocassem um loureiro. Era muito amigo de Ovídio.

OBRAS

Deixou quatro livros de elegias, sendo que nos três primeiros, dedicados à Cíntia, canta seus amores, e no quarto, escrito após a morte da amada, celebra certas lendas romanas, como a descrição da primitiva Roma, etc.

ESTILO

É menos natural e claro que o de Tibulo, possuindo, contudo, mais vigor, firmeza e veracidade.
Paulo Barbosa.

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