sexta-feira, 1 de abril de 2011

LITERATURA LATINA (XXXIX): ÉPOCA DE AUGUSTO - POESIA LÍRICA [2ª PARTE]

POESIA LÍRICA

RETRATO DE HORÁCIO


Era Horácio um homem baixo e gordo, 'brevis atque obesus' segundo nos transmitiu Suetônio, tendo sido comparado pelo Imperador Augusto a um tonel. O rosto, entretanto, sempre se manteve jovial, e os olhos negros, encanecendo-se antes de tempo, porém. Irritava-se com muita facilidade, mas mais facilmente se acalmava. Quando era atacado, defendia-se, e quando o irritavam, atacava com maus versos. Mas no fundo era um bom homem.

O CRÍTICO LITERÁRIO

POLÊMICA COM O PARTIDO DOS ARCAIZANTES. Em seu tempo havia um partido que pretendia admirar somente os poetas antigos, como Ênio e Lucílio, por exemplo. Horácio reconhecia sim as qualidades destes, embora de má vontade, mas não admitia, contudo, que sobrepujassem a Virgílio e a si próprio.

EXPOSIÇÃO DOS MAUS POETAS. Expunha Horácio ao ridículo os maus poetas pela mania de fazer versos ruins e de mau gosto, impondo desta maneira ao público leitura de péssimo talante que desfigura o bom gosto.

IDEIAS LITERÁRIAS. Suas ideias, ordinariamente, são ponderadas, clássicas, como a necessidade que o homem tem de trabalhar, o horror à mediocridade, a severidade para consigo mesmo e o predomínio da razão.

MORAL

SUA MORAL VERDADEIRA E SINCERA. Horácio foi um epicurista, chamando-se a si mesmo Epicuri de grege porcum (Epístolas, I,4,16). Tudo, para o poeta, se resume numa palavra: gozar, e, para melhor gozar, ser moderado nos prazeres, aproveitar o presente, guardar a tranquilidade do espírito, sem preocupação do futuro, pois a morte virá cedo, sempre cedo.

MORAL DE ENCOMENDA. O Imperador Augusto desejava restaurar em Roma os antigos costumes juntamente com a religião nacional, e Horácio, então, compõe, a pedido, algumas odes elogiando os Romanos antigos e sua coragem cívica e militar. Intercalados entre odes epicuristas, esses poemas as contradizem de maneira flagrante. 
Paulo Barbosa.

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