quarta-feira, 4 de maio de 2011

LITERATURA LATINA (LXVII): PERÍODO PÓS-CLÁSSICO - A HISTORIOGRAFIA [6ª PARTE]

A HISTORIOGRAFIA

CAIO SUETÔNIO TRANQUILO


SUETÔNIO (75-160 d.C.), foi amigo de Plínio, o Moço e secretário do Imperador Adriano. Nos últimos anos de vida, porém, perdeu a amizade imperial, retirando-se e vivendo obscuramente, imerso nos trabalhos literários. Possuía vasta erudição, fruto das muitas leituras que fizera, e escreveu sobre vários temas e várias obras, como os jogos gregos, os jogos romanos, os costumes romanos, etc. Seu trabalho de maior fôlego, entretanto, é uma enciclopédia intitulada PRATA. Dela nos restam somente as VIDAS DOS CÉSARES, a saber, dos seguintes doze: Júlio César, Augusto, Tibério, Calígula, Cláudio, Nero, Galba, Otão, Vitélio, Vespasiano, Tito e Domiciano, e parte do DE VIRIS ILLUSTRIBUS, acerca dos gramáticos e rétores famosos.

CONCEPÇÃO MODERNA DE HISTÓRIA

Suetônio é dentre os historiadores antigos um dos que mais se aproximaram das moderna concepção de história, onde a retórica, o discurso imaginado cedem lugar a documentos textualmente inseridos ou, com maior frequência, os fatos relatados somente depois de documentos, depois de pesquisas feitas junto a arquivos, que na época eram tão pouco consultados.

Vai mesmo além dos modernos quando aplica o princípio de que todo historiador deve atrever-se a revelar toda a verdade, ou seja, uma vez que um fato seja verdadeiro, não lhe será odioso ou repugnante divulgá-lo.

Esse princípio, todavia, não implica atitude de indiferença entre a virtude e o vício, mas pelo contrário. Basta, para nos convencermos disso, ler com atenção e comparar a maneira como se refere a Tito e a Domiciano.

ESTILO

O estilo é bem mais cuidado do que pode parecer a uma leitura desatenta, ou seja, é claro, bastante puro e bem ritmado.
Paulo Barbosa.

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