terça-feira, 14 de junho de 2011

A EVOLUÇÃO PERANTE A FILOSOFIA PERENE

No princípio Deus criou...

Retornando a assunto já tratado neste espaço, a EVOLUÇÃO, devemos reafirmar que a filosofia perene - e até mesmo a fé revelada - não colocam óbices ou dificuldades em admitir a evolução quanto ao corpo, ou seja, quanto à matéria. O corpo humano, então, pode sim ter provindo de uma matéria inferior em evolução, e este fato em nada depõe contra a criação ex nihilo por Deus in principio.

O que a razão humana não pode aceitar é que, possuindo a criatura humana uma alma espiritual, isto é, independente da matéria, possa esta surgir pelo mecanismo da evolução. O espírito não possui nada em si de material e, por isso, racionalmente é impossível que seja matéria evoluída, desdobrada. Até aqui vai a razão filosófica. 

A fé, por seu turno, aceitando as verdades reveladas por Deus e propostas pela Igreja Católica, indo mais além, ensina que a alma espiritual tem de ser criada diretamente por Deus, uma a uma, e infundida à matéria orgânica que, mediante a evolução, está já apta a recebê-la. Este mesmo raciocínio pode ser aplicado ao primeiro casal, caso tenha a tese monogenista fundamento. Os primeiros pais da humanidade podem ter surgido quanto ao corpo mediante evolução de matéria menos evoluída, e chegando ao estágio corpóreo apto a receber alma humana, esta fora criada por Deus e infundida em ambos. Isto significa que antes da infusão da alma, eram animais irracionais, não humanos e após a infusão, seres plenamente humanos, não havendo, portanto, elo algum perdido de transição entre o infra-humano e o humano.

Deixemos, pois, de teorias arcaicas e de non-sense, por aferrarmos-nos a elucubrações sombrias e desprovidas de lucidez de homens bons e honestos, com certeza, e até mesmo de papas, mas desprovidos de aparatos adequados para a elucidação do problema evolucionista. A coisa é bem mais simples e a honestidade intelectual nos adverte que não devemos multiplicar questões naquilo que pode ser resolvido pelo princípio da parcimônia.
Paulo Barbosa.

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