O fenômeno da vida nos organismos são explicados por duas correntes filosóficas que analisaremos aqui sucintamente, a saber, o mecanicismo e o vitalismo.
Um episódio que ilustra bem a mentalidade mecanicista, isto é, a do animal irracional ser uma mera máquina, é o filósofo francês Malebranche (+ 1715) ter chutatado brutalmente sua cadela e após sorrir dizendo: "É um relógio mais sutil e tolerante do que os outros; late, como o pássaro de madeira canta nos relógios suíços; mas nada sente. Felizmente! Pois, se os animais sofressem, inocentes como são, a justiça de Deus não estaria comprometida?".
O mecanicismo malebrancheano atingia apenas os animais irracionais e as plantas.
Aristóteles |
Oposta a esta corrente filosófica, existe a corrente do VITALISMO, que ensina serem os fenômenos da vida não apenas uma processo físico-químico, portanto, reduzido a forças mecânicas apenas, mas que se deve admitir em todo ser vivo um princípio específico responsável pelas reações vitais do organismo. Este princípio específico é a alma, sendo esta na planta princípio vegetativo - daí ser chamada alma vegetativa -, nos organismos vivos irracionais, princípio sensitivo - daí ser denominada alma sensitiva -, e no homem, alma intelectiva ou racional, por ter capacidade de conceber seres imateriais e abstratos.
O vitalismo tem sido, desde a Antiguidade, professado por diversas escolas, principalmente pelo filósofo grego Aristóteles e sua escola, o aristotelismo. Nos tempos modernos, apesar de ter sido influenciado grandemente pelo mecanicismo, o vitalismo encontrou novos discípulos que foram conhecidos como "neovitalistas", dentre os quais destacaram-se Buffon, De Lamarck, Pasteur, Von Hartmann, Reinke, Driesch, Grassi, Carrel, etc.
Paulo Barbosa.
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