Até hoje a Ciência pesquisa acerca da origem da vida, mas nada pode ser afirmado como definitivo.
Acontece, porém, que os cientistas mundo afora esforçam-se por produzir a vida em laboratório, e em 2010 foi mesmo noticiado que pela primeira vez conseguiram este intento, liderado pelo cientista norte-americano Creig Venter [Confira: http://www.novabrasilfm.com.br/noticias/nova-brasil-informa/cientistas-produzem-vida-sintetica-em-laboratorio/].
Admitido, então, o fato da criação de vida 'sintética' em laboratório, o que a Filosofia terá a dizer? Em princípio, nada mudará nas concepções filosóficas e, podemos afirmar, nem mesmo na religiosa dos cristãos. Vejamos:
A Filosofia ensina haver três graus de vida: o grau vegetativo (na planta); o grau sensitivo (no animal infra-humano) e o grau intelectivo (no ser humano).
Feita esta distinção, ensina a Filosofia Perene que a vida vegetativa, ou seja, a da planta, e a vida sensitiva, isto é, a do animal irracional, dependem de um princípio vital material, ou seja, estes graus de vida possuem princípio vital ou alma material. Quanto à vida intelectiva, ou seja, a vida do homem, esta depende de um princípio vital não material, mas espiritual, que é chamado alma intelectiva ou alma humana. Já Aristóteles dizia ser a alma humana divina, ou seja, de origem divina. Esta alma humana transcende a matéria no seu modo de agir e por esse motivo não pode originar-se dela, da matéria.
Sendo assim, não existe dificuldade alguma em se admitir que tanto a vida vegetativa quanto a vida sensitiva sejam produzidas artificialmente em laboratório. Como vimos, as funções vegetativas e sensitivas não transcendem o setor da matéria, e podem portanto, ser mero produto de reações físico-química. A vida intelectiva, entretanto, nunca poderá ser obtida em tudo de ensaio mediante reações de elementos materiais, pois ultrapassa as faculdades da matéria. Numa hipótese bastante otimista, os cientistas poderiam produzir sinteticamente e de modo perfeito um corpo ou embrião 'humano' inanimado, num tubo de ensaio, mas nunca poderão infundir neste o princípio vital intelectivo, a alma espiritual.
Infere-se disto também, para os religiosos, que nenhuma oposição há ou haverá entre produção de vida vegetativa e sensitiva em laboratório e existência de Deus.
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